PERSONALIDADES DO ESPORTE

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

HISTÓRIA DE ZAGALLO NO TRI EM 1970!!!

Histórias de ZAGALLO: o tri em 1970.
- Brasil fez no México, com talento e preparo físico, uma verdadeira revolução tática.

O tricampeonato em 1970, no México, começou a ser forjado com a dura lição aprendida na Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra. A eliminação prematura na fase inicial deixou evidente que, se o time não rendeu o esperado no aspecto técnico, fisicamente ficou muito abaixo do padrão exibido pelas seleções européias, que melhor preparadas passaram a jogar pela primeira vez um futebol de ocupação de espaços.

Houve então, para a Copa de 1970, um planejamento inédito em termos de Seleção Brasileira. Depois de se classificar invicta nas Eliminatórias, a equipe treinou durante cerca de três meses, o que incluiu um período de aclimatação à altitude do México, e por isso conquistou com talento mas também com excelente condicionamento físico o tricampeonato mundial.

Nas Eliminatórias, disputada em 1969, a Seleção Brasileira foi dirigida por João Saldanha, que montou um grande time e fez campanha inquestionável: foram seis jogos, seis vitórias, 23 gols marcados e apenas dois sofridos.

No início de 1970
, porém, depois de resultados ruins em amistosos e jogos-treinos, João Saldanha deu lugar a Zagallo, então um treinador que despontara com um trabalho no Botafogo que deu ao clube o bicampeonato carioca de 67/68.

Zagallo assumiu, fez algumas convocações, entre elas as de Dario e Roberto, centroavantes típicos, e foi mudando aos poucos a escalação mas especialmente a forma de jogar da Seleção.

- O time do Saldanha jogava praticamente no 4-2-4. Com esse esquema, na minha opinião, dificilmente o Brasil conquistaria o tricampeonato.

Zagallo passou a adotar o 4-3-3
, posto em prática no primeiro amistoso que dirigiu, na vitória de 5 a 0 sobre o Chile, com Paulo César Lima escalado como ponta-esquerda recuado. Roberto Miranda, do Botafogo, era o centroavante e Tostão, titular com Saldanha, passou a ser reserva de Pelé.

Depois de mais dois amistosos
, no entanto - vitórias sobre Chile e empates diante de Paraguai e Bulgária - Zagallo fez no jogo de despedida do Brasil antes da viagem para o México, contra a Áustria, as mudanças quase definitivas na equipe: passou Piazza para a zaga, pôs Rivellino no time e escalou Tostão como centroavante.

O início da mudança tática: um time que atacava e defendia em bloco

No dia 20 de abril de 1970, no Maracanã, o Brasil venceu a Áustria por 1 a 0 - gol de Rivellino - com a seguinte escalação: Felix, Carlos Alberto, Brito, Wilson Piazza e Marco Antônio; Clodoaldo e Gérson; Rogério (Jairzinho), Tostão (Dario), Pelé e Rivellino.

Perguntei ao Tostão
se ele teria condições de jogar na frente, como se fosse um pivô, e ele disse que não teria problema algum. Jogador brilhante que era e com a sua inteligência acabou tendo uma participação fundamental dentro do esquema jogando naquela função.

O time que venceu a Áustria, com Jarzinho e Everaldo como titulares, foi o que conquistou o tricampeonato no México e empolgou o mundo com uma rara demonstração de talento no futebol.

Mas foi também, e isso se impõe como uma questão de justiça, a Seleção Brasileira que implantou uma verdadeira revolução tática, com um futebol de ocupação de espaços, quatro anos antes do futebol total da Holanda.

O time atacava em bloco, com a liberação dos laterais, principalmente Carlos Alberto, e dos jogadores de meio-campo, Clodoaldo e Gérson, que se juntavam a Jairzinho, Pelé, Tostão e Rivellino nos lances de frente.

- Quando perdia a bola, o time também se recompunha em bloco para iniciar a marcação - diz Zagallo.

Zagallo lembra que isso só foi possível graças ao talento incomparável do jogador brasileiro e ao mês de treinamento que a Seleção realizou no México antes do jogo de estréia no dia 3 de junho de 1970 contra a Tchecoslováquia.

- Aquela Seleção jogou já em 1970 o futebol de ocupação de espaços que todos os técnicos do mundo tentam até hoje implantar. Por isso, com a determinação tática aliada à qualidade do jogador brasileiro, é considerada por muitos a melhor Seleção de todos os tempos. E eu tenho orgulho de ter sido o seu treinador.


DESTAQUES DAA COPA DE 1970.
- Veja curiosidades de todas as copas.

Marca inédita
- Zagallo foi o primeiro treinador a ser campeão mundial após conquistar o título como jogador.

Cartão
- México teve a estreia do cartão, que iria ajudar a TV a cores durante as partidas.

Homem-gol
Jairzinho marcou um gol em cada partida da Copa, até mesmo na final do Mundial.

"O Bombardeiro"
- Müller é o 2º maior artilheiro das Copas: com 10 gols em 70 e 4 no torneio seguinte

Ninguém tasca!
- Toda a linha de frente titular do Brasil jogava com a camisa 10 em seus clubes: Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivelino. Quando chegou a hora da inscrição dos números do time para a Copa, ninguém questionou a primazia dada a Pelé.

Patada atômica
- pós marcar o gol de empate na vitória do Brasil por 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia, na estreia, em violenta cobrança de falta, o atacante Rivellino ganhou dos mexicanos um apelido, no mínimo, inusitado: Patada Atômica.

Mascote da polêmica
A mascote da Copa do México foi Juanito, um menino sorridente que aparecia com um sombrero e uma bola sob seu pé direito. Quem odiou a figura foram os mexicanos: "horrível, óbvio, de mau gosto, perigosamente folclórico e insultuoso".

Entra e sai
- A Copa de 1970 foi a primeira em que passaram a ser permitidas substituições durante as partidas - duas, no máximo. Até então, os 11 jogadores que entravam em campo ficavam até o fim, mesmo que se contundissem e não tivessem condições.

Primeiro eu!
- E a primeira alteração aconteceu no segundo tempo do jogo entre União Soviética e México, disputado em 31 de maio, com Puzach entrando no lugar de Serebrianikov.

Pé quente
- O primeiro reserva a marcar em um jogo de Copa do Mundo foi o mexicano Juan Basaguren, que fez o quarto e último dos anfitriões contra El Salvador, no dia 7 de junho.

Campeões da antipatia
- Os ingleses conseguiram ter a torcida local contra si em todos os seus jogos. Antes de viajarem para a Copa, disseram que levariam água da própria Inglaterra para não serem "contaminados" com alguma peste das águas mexicanas.

Escola
- Dos três preparadores físicos que viajaram com o Brasil na Copa de 1970, dois dirigiram a seleção em Mundiais futuros: Carlos Alberto Parreira e Claudio Coutinho. Somente Admildo Chirol não teve o privilégio.

Premiado
- O 1º cartão amarelo foi para o soviético Evgeny Lovchev, no empate por 0 a 0 com o México.

Clássico
- O Mundial disputado no México marcou a estreia do "clássico" modelo de bola com 32 gomos.

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